Babel

As palavras são uma fonte de mal-entendidos, já dizia o Príncipe de Exupéry. Façamos delas, então, os alicerces da Babel. Talvez cheguemos ao milagre das línguas, ao pentecostes. Words, words, words.

terça-feira, 15 de março de 2011

14 de março


Marta Banza
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Comumente, mensuramos nossa vida a partir daquilo que fazemos. Se viajamos, se conseguimos titulações acadêmicas, se temos o emprego que almejamos, se compramos aquilo que queremos, se possuímos a casa que planejamos, etc., tudo isso é considerado referência para afirmarmos que realmente vivemos. Esse é o senso comum.

Hoje, no entanto, refleti como as mais importantes vivências de nossa vida, aquelas que fazem com que as conquistas acima aconteçam, são nossas relações com as pessoas. Mas não com quaisquer pessoas, somente com aquelas capazes de influenciar a rota de nossa existência para a melhor estrada. Elas são as grandes referências de nossa vida. Certamente, há quem nos atravanca o caminho. Mas não precisam ser tão importantes. Para elas, recito o verso do passarinho do Quintana e sigo em frente.

Quero falar das pessoas que valem a pena, porém muitas talvez já se tenham eclipsado na noite da minha memória. Nossas limitações, às vezes, não nos permitem ser justos na medida certa. Não quero “ladainhar”, e sim reconhecer.

Tríade Israelita-Tereza-Maria, mãe-mãe-mãe.
Paulo Sérgio, pai;
Cazuza-Cazuza, avô-avô.
E irmãos e irmãs, destacadamente o Wendell. E tios e tias.
Amigos: Alexandre Mendes, amigo-mais que isso;
Socorro e Wagner, uma só carne e um só coração;
Juarez, vocatione sancta (péssimo, meu latim),
Tony e Hil, companheiros de estrada;
Venicio – as flores de plástico não morrem;
Fabíola, professora e primeira empregadora, sobretudo amiga;
Dona De Jesus, a quem devo parte de minha graduação e de meu conhecimento de inglês;
Luciana e Lourenço, dois livros em uma só encadernação.
Tantos professores e professoras.
Francisca Barros, a quem abriu com entusiasmo uma das portas que levaram ao meu mestrado.
O Bardo do Avon e o Bruxo do Cosme Velho, sem eles meu mestrado não seria o mesmo.
O Galileu.
Omnis amici, ora pro me.

A existência de cada um deles é uma vereda no labirinto de minha história. E o fio de Ariadne nem sempre consegue mostrar todos os enlaces desse viver. Esta postagem é um pequeno desenrolar desse novelo, e uma das pontas do fio me leva a alguém que, nos últimos anos, fez de mim uma pessoa feliz e melhor, mais confiante e mais amigo da vida. Hoje é aniversário dela, por isso este texto. Dias felizes são aqueles do nascimento de quem é realmente importante para nós. O 14 de março é uma das datas mais alegres da minha vida.

Feliz aniversário, Elizangela.



14 de março, Dia da Poesia


3 comentários:

  1. Meu amigo, tenho a sorte de tê-lo entre os versos da poesia de minha vida.
    Como diz o Santo Livro, "quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro"... Você é um desses tesouros que a vida me deu!
    Forte abraço!

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  2. Gostei muito do texto, é sempre bom ver como a relação entre as pessoas se pode tornar tão significativa e ainda melhor ver a expressão do mesmo em palavras tão sentidas.

    Felicidades.

    PS: Fico contente pela escolha da minha foto, e agradeço os créditos. MB

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  3. Agradeço o comentário, cara Marta. O texto não seria o mesmo se não houvesse a sua ilustração. Desejo muito sucesso a você. Um abraço.

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