Babel

As palavras são uma fonte de mal-entendidos, já dizia o Príncipe de Exupéry. Façamos delas, então, os alicerces da Babel. Talvez cheguemos ao milagre das línguas, ao pentecostes. Words, words, words.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Defesa de Dissertação de Mestrado


Certamente, um blogue que não é atualizado constantemente não desperta muito interesse. Quem acompanhou as postagens anteriores sabe que, devido ao mestrado, meu tempo é muito curto. Pois bem, procurarei postar mais amiúde, visto que amanhã defendo minha dissertação. Segue abaixo as informações fornecidas pela Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará:

Discente: VANDEMBERG SIMÃO SARAIVA

Dados da Banca
Tipo:  DEFESA
Local: Sala 02 do Programa de Pós-Graduação em Letras
Data:     06/12/2011, às 9h30min
Dados do Trabalho
Título:   HAMLET NA BIBLIOTECA DE MACHADO DE ASSIS: LEITURA E DESLEITURA
Páginas: 183
Grande Área: Linguística, Letras e Artes
Área: Letras
Sub-Área: Literatura Comparada
Especialidade:
Resumo: Este trabalho propõe-se a investigar a presença do Hamlet (1600-01), de William Shakespeare, (1564-1616) em alguns textos de Machado de Assis (1839-1908). Procuramos compreender como o escritor brasileiro (des)leu a peça do dramaturgo inglês e a usou em sua criação individual. Intentamos expor a pertinência da leitura de Hamlet, de Shakespeare, feita por Machado para a construção de alguns de seus textos, a saber, a Dedicatória e o prefácio “Ao leitor”, de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), os contos “To be or not to be” (1876) e “A cartomante” (1896) e a crônica “A cena do cemitério” (1894). Inicialmente, traçamos o percurso da obra shakespeariana – principalmente Hamlet – através da sua recepção elisabetana, neoclassicista e romântica. Sob o influxo do Romantismo, Shakespeare ficou conhecido no nosso país. Machado de Assis foi leitor das obras do dramaturgo inglês e expectador de apresentações teatrais de peças shakespearianas. Conforme sua literatura e crítica literária revelam, o escritor carioca foi entusiasta das criações de Shakespeare. Acreditamos que poemas, contos, romances e peças nasceram como uma resposta a poemas, contos, romances e peças anteriores, e essa resposta dependeu de atos de leitura e interpretação por escritores posteriores. Defendemos a tese de que a escritura de Machado de Assis é resposta à leitura de Shakespeare, destacadamente a peça Hamlet. Procuramos demonstrar que Machado de Assis, como poeta forte, apropria-se da obra shakespeariana, com a convicção de que o romancista brasileiro deslê a obra de seu precursor, Shakespeare, em sua própria escrita. Utilizamos o conceito de desleitura segundo Harold Bloom (1991), ou seja, como apropriação de uma obra anterior por meio de uma correção criativa, ou uma interpretação distorcida. Analisaremos os textos machadianos acima listados, em que Shakespeare mostra-se evidente, e os compararemos ao Hamlet do autor inglês. Esses textos não existiriam se Machado de Assis não tivesse lido a obra shakespeariana.

Membros da Banca
Interno: CARLOS AUGUSTO VIANA DA SILVA
Externo à Instituição: MARIA VALDENIA DA SILVA - UECE
Presidente: ODALICE DE CASTRO SILVA