O jornal Diário do
Nordeste de segunda-feira, dia 17, trouxe, em seu caderno Negócios, informações
sobre a arrecadação de multas de trânsito, que superou, só no Estado do Ceará,
em 2010, R$ 155 mil por dia. Segundo a acessoria de imprensa do DETRAN, os
recursos arrecadados são investidos em fiscalização, engenharia e educação de
trânsito.
Alguns comentários que escutei chamavam isso de absurdo,
consideravam esse número prova de uma indústria de multas e diziam que o
dinheiro obtido não era aplicado em infraestrutura das estradas. Se é verdade
que as autopistas e outras vias de fluxo de veículos não são mantidas a
contento, o que produz congestionamentos, acidentes e mortes, também é real o
fato de esses problemas também serem causados pelos motoristas.
Certamente a educação e o respeito ao outro no transito
evitarão muitos problemas cuja solução considera-se de responsabilidade do
poder público. Não estou dizendo que não devamos reivindicar o correto serviço
por parte das instituições competentes, mas diversos obstáculos ao bom convívio
no trânsito dependem dos condutores e pedestres.
A maior parte das notificações aplicadas no ano passado
foram de infrações graves, com 26.744 registros, cujo maior percentual foi por
desuso do cinto de segurança e alta velocidade. Tais multas podem facilmente
ser evitadas com uso do cinto e obediência aos limites de velocidade. Sejamos honestos
e menos cínicos. Ainda que haja, em vários casos, abuso por parte de fiscais de
trânsito e, muitas vezes, lentidão na avaliação de recursos na Junta Administrativa de Recurso de
Infração (JARI), na maior porcentagem das ocorrências a multa é justificada.
Se há infração, deve haver punição. O trânsito mata. Isso é argumento
suficiente para que exista uma severa fiscalização. Conheço tuiteiros que
aproveitam essa ferramenta de comunicação para evitar locais de blitz. É claro que, não raramente, essas
blitzs nos são um incômodo e fugir
delas, frequentemente, é compreensível. No entanto, muitos desses que evitam as
vias onde ficam as fiscalizações procuram esquivar-se de uma situação em que
eles, os condutores, estão errados – muitos até embriagados – e capazes de
provocar mortes.
O trânsito é uma atividade coletiva, as atitudes tomadas
atingem bem mais pessoas que podemos imaginar. Talvez digam que eu sou um chato.
Porém, não sei se será fácil chamar dessa maneira muitas pessoas aleijadas, ou psicologicamente
afetadas, ou mortas pela imprudência de condutores. Não sei se será fácil chamar dessa maneira os
parentes dessas vítimas.
Para acabar com a indústria da multa, sugiro evitar infrações
de trânsito.
Parabéns pelo texto...
ResponderExcluirmuito bem colocado